quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Ismália *



Em noite tão estrelada
Me sinto a lua, vazia
Caminhei até tua porta, amada
Nesta casa que um dia foi minha

Te vi, da janela, jogar-se
Na calçada te encontrei sozinha
Ausente de razão, de cuidado
Joguei-me no chão, ao teu lado
Assim, de algum modo te tinha

Beijei tua mão tristemente
Com uma lágrima salguei teu rosto pálido
Me vi só e somente
Me prendi ao teu peito 'inda cálido

Mas nenhum sinal de vida
Nenhum batimento idiota
Abraçara, de certo, a partida
Aceitara, de fato, a derrota

Para sempre longe de mim
Eternamente longe da razão
Como, Ismália, deixaste-me assim?
Para sempre sem solução?



*Ler o poema "Ismália" de Alphonsus de Guimaraens