domingo, 29 de maio de 2011

Amor de poeta

Quero sentir o gosto da sua mentira
E enfraquecer com a força do seu beijo
Vou apodrecer nas mãos da sua ira
Enlouquecer diante do seu desejo

Quero me deitar sobre teu corpo áspero
E mordiscar teu queixo doente
Vou te abraçar e secar tuas dores
Acreditar no teu amor diferente

Vou me entregar às suas palavras vazias
E suspirar com seus versos escuros
Citarei suas rimas baratas
E banharei nesse amor impuro

sexta-feira, 20 de maio de 2011

No amor e na traça

É fogo queimando a alma
É terra secando o mar
É poeta entrando em desespero
Ao procurar o que não pode amar

A traça devorou nosso romance
Comeu e expurgou nosso final feliz
Sobrou apenas a capa dura
Com seu cheiro amarrotado de verniz

E sob a terra os vermes se espantam
Por não entrar em decomposição
Essa mulher que amei é uma estátua
Vazia, sozinha e sem coração

Até nosso amor às sombras padeceu
Mas seu rosto pérfido nem mesmo estremeceu
Por se mostrar maior que nós
Finge nada ter acontecido
E se mantêm intacta, bela e de nariz erguido

domingo, 8 de maio de 2011

dê tempo


ao tempo 
mesmo sem 
ter tempo
para 
perder.
IGNORE 
a hora,
sem demora,
já que justo 
agora
irás morrer
dê tempo 
ao vento
não tente
o senso
esqueças do que pode te perder
ENCUBRA as
dores
não MOSTRE 
amores
que __ farão 
sofrer
dê tempo 
ao tempo
vá para um
convento 
E NÃO SAIA
até amanhecer

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Já perdeste a cabeça
Não há como confiar
Se me ponho nos teus braços
Logo quero me soltar

Me algemo por vontade
E me prendo no teu lar
Me esqueço da verdade
Já não posso te amar

Pois perdeste a cabeça
Não há como confiar
E por mais que eu me esqueça
Voltarás a me lembrar

Viveremos neste ciclo
Até um de nós cansar
Dessa vida como circo
Que não dá pra equilibrar

domingo, 1 de maio de 2011

Antes de te conhecer
Minha vida era vazia
Inteligente, mas sem companhia.
Ganhei o mundo por te ter
O amigo que sempre quis ter