sábado, 7 de agosto de 2010

Recomeço(?)

Cedo ou tarde chega uma hora em que você se liberta. De alguma forma sente que algo não está certo, e que alguma coisa precisa mudar. Então você troca suas roupas no armário, queima as cartas que escreveu e nunca enviou, apaga contatos da sua lista telefônica e muda as musicas no seu mp3.
Vira a página. Começa do zero.
E aos poucos tudo parece estar dando certo, aquela sensação de limpeza e de novo te invade. Você nunca se viu tão bem. Logo suas frases deixam de ser melancólicas e cabisbaixas e passam a ser narcisistas, amantes do próprio rosto e da própria personalidade.
Mas para os cegos o espelho, uma hora, se torna cansativo, e chega a hora de se aventurar e encontrar outro porto. Querendo seguir em frente, acabamos voltando para nossa estrada de mão única do amor, corremos cantarolando aquelas musicas antigas que insistem em te acompanhar.
Eis que no meio do caminho, sentimos o gosto da lágrima como uma aposta perdida. Uma promessa não cumprida.
Voltando, você percebe que tudo continua exatamente onde devia estar. Seu coração foi formatado, mas de alguma forma, encontrou o backup.
E no seu antigo e verdadeiro mundo, sentado, você tenta fugir, então começa a escrever. Mas não te envergonhes. É no teu papel que reside tua força, e ela vai até você conforme é rasgada pelo lápis, outra vez, você se entrega e volta pro mundo que saiu. E vive com magia tudo o que é te dado em preto e branco.