sexta-feira, 20 de maio de 2011

No amor e na traça

É fogo queimando a alma
É terra secando o mar
É poeta entrando em desespero
Ao procurar o que não pode amar

A traça devorou nosso romance
Comeu e expurgou nosso final feliz
Sobrou apenas a capa dura
Com seu cheiro amarrotado de verniz

E sob a terra os vermes se espantam
Por não entrar em decomposição
Essa mulher que amei é uma estátua
Vazia, sozinha e sem coração

Até nosso amor às sombras padeceu
Mas seu rosto pérfido nem mesmo estremeceu
Por se mostrar maior que nós
Finge nada ter acontecido
E se mantêm intacta, bela e de nariz erguido

4 comentários:

  1. Adoreei!
    Realmente lindo.
    Parabénss*-*

    By:Leka Ribeiro

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  2. GENIAL!!!
    Adorei comparação de sentimento e aparência,presente em todo o poema,seus textos continuam como sempre,criativos e brilhantes.

    Abraço....

    Ansioso pelo próximo

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  3. uau, muito sagaz! adorei
    rimas suaves :)

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  4. ;O
    Menino, que poema perfeito!
    Não vou mais sair daqui! ;x
    Envolvente e ao mesmo tempo... Adorável, verdadeiro. Aí, lindo, lindo!
    Beijão.

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