domingo, 20 de dezembro de 2009

Destinada a uma desconhecida

Poucas vezes pude dizer o que hoje digo: Essa noite sonhei.



Por um momento me alegro ao relembrar seu rosto de anjo, e seus olhos pequenos que me podem ver inteiro.
Mas também sofro, quando vejo tão pequenos olhos perdendo a luz, e aos poucos cada parte abandonando a alma, e caindo sobre a grama e orvalho.
Tudo tão lúdico e tão vivo, mas ao mesmo tempo morto e triste.
Sentia pelo silêncio, ao mesmo tempo em que desejava não mais acordar da morte, e tocar meus lábios nos teus, me surpreendendo ao não encontrar mais hálito.
Com isso acordo – e deixemos claro que queria acordar em um grito, para tirar até os deuses de suas moradas, para ter em refugio algo que me suportasse, e em beleza algo que se equipara a ti.
Porém acordei calado, e não via nada. Nem anjos, nem deuses, nem demônios. Era só eu e o silêncio, envolvido pelo sonho fúnebre.
Queria encontrar palavra mais certa para descrever o que senti. Me vem várias incertas.
Entre elas: a lágrima, o sal e o vazio.
Poderia agüentar de novo toda a lágrima, e igualmente todo o sal. Mas definitivamente enlouqueceria se outra vez sentisse aquele vazio. Era como se meus órgãos não mais existissem, como se fosse um vulto, na noite fria, sem vida e sem forma.
E por mais que me lembrasse que era só um sonho, me lembrava do sonho e caía novamente em delírio.
Podia ver os olhos perdendo a vida, a cor abandonando tua boca e teu corpo pouco a pouco perdendo o equilíbrio, bailando no ar, como mais pura seda que se entrega ao vento.
Àquela altura da madrugada já não sabia se me levantava e buscava o juízo ou se voltava a dormir e revia minha insanidade particular.
Sim, pois sonhava sozinho, e mesmo contigo morta, foi a primeira e também ultima vez que te tive em meus braços.

domingo, 1 de novembro de 2009

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Por Favor

Quando voltar, por favor, traga água
Uma engarrafada
E talvez nela minha alma...


Preciso d'água,
Da alma,
da vida...
...perdida

O combustivel paradoxal

O que me move:
Não sei bem o que é.
Amor ou Ódio;
Sono ou Café.

Contudo, meu bom leitor,
Não posso deixar de dizer:
Meu coração amargado,
Ainda não deixou de sofrer.

sábado, 10 de outubro de 2009

Vejo que...

Pelo menos ainda há ódio:
Por que não há alguém sem coração;
O que existe é o dom da atuação.

Tão cândido, tão puro; tão podre e tão sujo.
Jogado para o alto, esperando tocar o céu;
Pobre dele, ainda preso, amargado com o próprio mel.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Necessidade

Nunca senti nada assim, tão forte, tantos anos de auto suficiência, que me esquecera como é precisar de alguém, como é ficar desejoso por um abraço, por uma palavra, por um mínimo afeto, um pequeno sorriso. Me esquecera de como precisava de irmãos, amigos, de pessoas que simplesmente se importassem com meu sorriso apagado, com minha tristeza disfarçada, e com meu choro forte. E como era forte, dominava todo o meu corpo, me possuía e me levava gentilmente para o fim, para o fundo do poço, para um lugar, que nem eu mesmo me encontraria. Não me encontraria, não. Não me encontrei, vago sozinho, pelo silencio e calmaria da noite, sem refugio, sem ninguém, sem mim mesmo, Totalmente sozinho. Uma vida solitária sim, livros não tem calor, musicas não tem amor. São coisas pequenas. Pequenos detalhes, que nada são sem sua essência.
Sim, me refiro a pessoas.
Mas ao mesmo tempo já estou cansado de gente, já estou cansado de coisas que me fazem mal, estou cansado. Puramente cansado, tristemente feliz. Tristemente feliz por que não posso ser feliz assim, mas também sei que essa é a única forma de ser ao menos um pouco triste. A felicidade não vem para todos, nós vamos a caminho da felicidade, mas que jornada difícil essa! Não posso, não, não posso continuar caminhando, estou cansado dessa jornada, de nada me serve ser feliz e cansado, não aproveitaria o que melhor a vida poderia me oferecer: a felicidade tão buscada, e enfim alcançada.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Quem sou

Algo mais profundo que o mar, maior que o universo e, ao mesmo tempo, menor que eu mesmo.
Quem sou não é, passado para o papel não é dito em palavras. É simplesmente vivido. Mas não é só o que vivi, mas sobretudo o que aprendi com minhas experiências, cada vez mais ricas de maldade, que se consomem e se auto destroem.
Somos o que comemos, o que queremos, o que pensamos, somos tudo e não somos nada, ao mesmo tempo, e em luas diferentes. Somos o que bebemos, o que precisamos, o que falamos.
Sou mais do que pareço ser, sou a Beleza do Infinito, e a tristeza de um mar morto em sua própria lama. Sou a necessidade de um abraço, de um conselho, sou a felicidade. Mas também sou a lágrima. Sou o mais recluso, o solitário entre milhões de pessoas, que as vezes simplesmente não me interessam.
As vezes, basta dizer que não interessa o que somos.
Somos o infinito, o lindo infinito de nossos pensamentos, completo com o nosso grande mar de experiências, e vazio por tudo o que queremos ser.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

A fantasia da imperfeição

Uma coisa é bastante certa, a natureza das pessoas é totalmente duvidosa, como diria minha mãe: “O coração do homem é terra que ninguém anda”. E essa é uma frase absolutamente real, visto que mesmo passados anos e anos de convivência com pessoas que se dizem, e nos fazem crer que são nossos melhores amigos, não é possível saber o que essa pessoa realmente faria para te ajudar, salvar essa amizade, ou até mesmo destruí-la.
Nunca devemos nos centrar, confiar absolutamente em alguém, pois o ser humano é falho, que pode, e muitas vezes vai magoar alguém que está ao seu redor.
Não quero dizer que não exista amizade, ou até mesmo o amor, entretanto, posso ver que esses dois sentimentos tão nobres, ganharam uma fantasia irreal que os passaram por coisas divinas, mágicas, e até perfeitas.
Ora, mas como o ser humano poderia ser digno de tão nobre e espetacular sentimento, sendo um ser falho? Não seria um peso muito forte para uma ou duas criaturas humanas carregarem?
Com o tempo aprendi que não devemos fantasiar cousas ou pessoas como perfeitas, não devemos buscar, ou criar contos de fadas, pois nesse mundo, a cada dia enxergo mais a realidade, e nela, sua beleza: a imperfeição.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Liberta-me




Minhas duvidas me agridem
minhas incertezas me confortam
e hoje você é minha maior incerteza

Você chegou do nada, com nada
Apenas revestido de ouro e beleza
O ouro que me cega
A beleza que me doma

Já não posso mais dormir,
Você foi embora e levou consigo a minha paz.

Minha alma já não é mais minha
Meu coração não pulsa mais por mim, ele quer te ver
Eu quero te ter.

O seu ombro que sempre me acolheu
Hoje me rejeita

Já não estou mais seguro
Agora não tem mais volta
Você me acolheu, me cativou,
E com prazer me trouxe ao fundo do poço.

Liberta-me