Acordo assustado olhando o vulto iluminado, não me lembro ao certo se é um sonho, ou uma triste realidade. Lá estava ele, parado, silencioso, com olhos que queimam.
Se aproximando volto a um estado de insanidade, hoje, quase habitual, e relembro as vozes que costumava ouvir no passado. No momento nada mais existe, me perco e ao mesmo tempo que me salvo me entrego ao mal. Brincando com minha alma, me esvaio.
De longe me olho, e vejo toda a tristeza que deveria sentir. Simplesmente não sinto. E não explico o porquê. Tudo que sinto é a música, e a solidão me chama a um dueto perfeito, e me roga que permaneça.
Tudo tão suave, sinto que me embriago com o próprio ar, e ausente da razão, luto, para não atingi-la assim, tão cedo. Porque essas coisas me vêm como brisa, causam o efeito de uma ventania e vão embora tão cedo quanto uma andorinha, que te faz sentir vivo por segundos, mas depois voa, levando toda a liberdade que a ela pertence.
E assim permaneço, revendo e relembrando, fingindo acreditar que nada existe além do que todos podem ver. Mas sei que o mundo esconde mais segredos do que me atrevo a dizer. Afinal, ele é companheiro da dor, amigo da fantasia e pai dos segredos.
Tudo o que sai da alma é lindo e prazeroso... Adorei, li praticamente tudo! Gostaria que me seguisse tbm... bjs
ResponderExcluirA troca com o mundo as vezes não é justa
ResponderExcluirAdorei o final...Vc é brilhante.
ResponderExcluirTão suave quanto a brisa, intenso igual ao vento e destruidor igual a uma ventania.
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