Às vezes, numa noite clara
vem a poesia, e sem licença, se rebenta
E nasce então palavra rara
Que surge só, e não se inventa
Às vezes surge, tão calmamente
E me brinda com um novo poema
E então percebo, de repente
Que minh'alma se apega a qualquer tema
Talvez não conscientemente
Talvez pura anarquia
Me surpreendo simplesmente
Com a franqueza da poesia
Beleza desmascarada
Que não se esconde nem se rejeita
É assim despreocupada
Que simplesmente se aceita
Ah, leve inveja.
ResponderExcluirHá tempos ando com poemas engasgados.
Queria ser como Pessoa, que, tomado por um força indizível, virava noites a escrever, a desovar milhares de poemas duma só vez.
Mas não, continuo com eles entalados.
À noite, a inspiração até vem, mas nunca deságua no papel.