sábado, 3 de dezembro de 2011

Queda

De tantos anjos me afastei
Ao fugir do paraíso
E procurei só em você
Morada e completo abrigo

Segurei em suas mãos
E segui esse caminho
Era um sonho, uma promessa
Uma rosa sem espinho

E quanto mais me envolvia
Mais ficava inebriado
-fazer real a fantasia
E nem me sentir culpado

E quando o vento se fez sólido
E do céu caí ao mar
Me notei tão solitário
Sem ninguém pra me salvar

A mão que me roubara do céu
Já teria me abandonado
Minha alegria se fez fel
Dizia ter se apaixonado.

E eu clamava por clemência
Pedia por liberdade
Mas escolheu manter-me preso
Eternamente na saudade

E enquanto eu me afogava
Em outro anjo se divertia
E minha lágrima de sal
Naquele mar se diluía

E em cada gole seco
Minha resignação era morrer
Abandonei meu trono acima
Faria por merecer

Mas já quando afundava
E meus pés tocaram o chão
Apareceram dois grandes anjos
Que me tiraram da prisão

E naquele mar escuro
Abandonaram meu lamento
Para sempre me salvariam,
Eu era o Filho do Vento 

4 comentários:

  1. ''Palavras, apenas palavras pequenas'' assim dizia aquela musica que poucos se importam, porém o importante é saber no tão simples que são as palavras sozinhas, más juntas o infinito fica literalmente apertado. Um abraço amigo.

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  2. Thiagooo, nada melhor do que estar às 00h lendo um poema tão forte e profundo. Você já é um poeta, espero anciosamente por um livro seu. Abraços... Fabricio

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  3. Priminho, não tenho palavras para dizer o quão orgulhosa estou. Há tempos o acompanho nessa jornada de poesias. Presa em seus versos, me deixou sem escolha, se não o parabenizar e dizer lindo, lindo, lindo... Continue a nos encantar com suas palavras.

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  4. E não dúvido que seja mesmo!
    Arrasou! Parabéns

    beijos

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